A Ongoing vai controlar a Media Capital (MC) e a TVI. Mas o grupo foi obrigado a lançar uma OPA à MC, em vista à aquisição de 35% do seu capital. Entretanto, Nuno Vasconcellos e Rafael Mora, presidente e vice-presidente da Ongoing, renunciaram aos cargos na administração da Impresa, dona da SIC, para evitar conflito de interesses.

De acordo com o comunicado enviado ontem à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, "serão imputáveis à Ongoing Media 94,69% dos direitos de voto da MC". Ou seja, o controlo passa para a empresa onde José Eduardo Moniz é vice-presidente.

Por adquirir 35% da MC, valor que ultrapassa um terço, a Ongoing, detida por Isabel Rocha dos Santos, mãe de Nuno Vasconcellos, é obrigada a lançar uma OPA. Com esta oferta pública, a Ongoing tem de comprar, pelo valor de 4,26 euros por acção, as participações a todos os accionistas que queiram vender. O negócio depende do aval da Autoridade da Concorrência e dos bancos.

Entretanto, Nuno Vasconcellos e Rafael Mora renunciaram aos cargos na administração da Impresa. A Ongoing fica apenas com uma participação financeira. Vender, até final do ano, a posição de mais de 23% é uma possibilidade. "Na semana passada, o Dr. Balsemão disse estar a construir uma empresa para os filhos. Não temos interesse em ficar. Se aparecer uma boa oferta, podemos vender, mesmo que seja capital estrangeiro", disse ao CM fonte do processo. Rafael Mora, vice-presidente da Ongoing, exerce o mesmo cargo na angolana ScoreMedia.

PORMENORES

JOSÉ EDUARDO MONIZ

"Contamos com o conhecimento de Moniz, mas não terá nenhum cargo executivo", diz ao CM fonte do processo.

FINANCIAMENTO

A compra de 35% da MC implica um investimento entre 157 a 120 milhões de euros. A mesma fonte garante que não foi " pedido financiamento". As acções voltam hoje a ser transaccionadas.

ENTIDADE REGULADORA

A ERC terá de se pronunciar sobre este negócio. O parecer será vinculativo no caso de ser negativo.